sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PE: O fim do “copia e cola” nos concursos do estado

A velha dica de resolver a prova do concurso anterior como forma de se preparar para um novo certame da mesma instituição e cargo está com os dias contados. Uma recomendação feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no apagar das luzes de 2009, pede que os próximos concursos públicos realizados no estado tenham apenas questões inéditas. Não podem entrar aquelas que tenham sido objeto de seleções passadas em qualquer localidade ou instituição do país, bem como as que estejam em materiais didáticos e disponíveis na internet. A regra também vale para sutis mudanças em enunciados, como a troca de valores numa prova de matemática, por exemplo.

A exigência deve estar na cláusula do contrato firmado entre o órgão público e a organizadora do processo seletivo. A medida atinge, inclusive, os contratos já pactuados cujas provas ainda não foram realizadas. Quem desobedecer deverá pagar multa e o concurso ainda poderá ser anulado, caso sejam registradas questões repetidas. “O estado não é obrigado a atender a recomendação. Mas, se o Ministério Público entender que houve quebra do princípio da isonomia entre os candidatos, podemos entrar com uma ação para anular o certame. Não entendo como moralmente correto contratar uma empresa para elaborar uma prova e ter questões de concursos anteriores”, fundamenta o promotor de justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital, Eduardo Cajueiro, autor da recomendação.

Para quem lida com a preparação de candidatos, a medida vai ajudar a separar o joio do trigo na hora da prova. “Para quem está investindo nos estudos e aprendendo de verdade, ter questões inéditas é a melhor coisa num concurso. Já o aventureiro, que não se prepara de verdade e só faz baixar a prova do concurso anterior e resolver, não vai achar nada bom”, observa o diretor do curso preparatório para concursos Jusdecisvm, Moacy Oliveira.

Para ele, a recomendação vai exigir uma mudança na cultura dos próprios professores, tanto os que ensinam nos cursinhos quanto os que elaboram as provas. “Os profissionais envolvidos nesse processo vão ter que se atualizar constantemente, preparar aulas mais elaboradas, pesquisar mais, fazer o raio-x da banca organizadora. O mesmo vale para quem faz a prova. Acho até uma falta de respeito alguém ser contratado por uma empresa para ficar copiando e colando questões de concursos anteriores”, afirma Oliveira.

A medida do promotor Eduardo Cajueiro surgiu depois de repetidas denúncias feitas ao MPPE por candidatos que se sentiram prejudicados ao realizarem concursos cujas questões já haviam sido cobradas em certames passados. Os casos mais recentes envolveram os processos seletivos da Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco e da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), realizados em 2009.

Fonte:http://www.pernambuco.com/oportunidades/materias/2010/copiaecola.shtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário